Por que razão a flor do maracujá é relacionada à história da
"Paixão de Cristo"? Qual o significado de cada parte da flor?
Os maracujás ou flores-da-paixão - seus frutos e suas flores - já
eram muito conhecidos e utilizados na América antes da chegada dos primeiros
europeus que, desde cedo, encantaram-se com a sua exuberância. Em seu afã
religioso da conquista, os missionários estrangeiros viram nessas flores e
frutos muito mais do que beleza e perfume. Os religiosos viram naquela formação
complexa e admirável, um verdadeiro presente de Deus para iluminar seu trabalho
de catequese, encontrando em suas formas e cores exóticas, a metáfora perfeita
para explicar aos infiéis indígenas a "truculenta história da Paixão de
Cristo". Assim, em primeiro lugar, associaram-se às cores com que a
natureza premiou as belas flores do maracujá, aos vermelhos e aos roxos
utilizados nos rituais cristãos da Semana Santa. Além das cores, a coroa floral
completamente filigrada, transformou-se na própria imagem da coroa de espinhos
com que Cristo foi crucificado; os três estigmas da flor passaram a ser os três
cravos que o prenderam na cruz; suas cinco anteras estariam representando as
cinco chagas de Cristo; as gavinhas eram vistas como os açoites que o
martirizaram; e o fruto redondo era a representação do mundo que o Cristo veio
redimir. Desde então, as flores dos maracujazeiros começaram a ser chamadas de
"as flores-da-paixão", da Paixão de Cristo. - Extraído de Maracujá, a
fruta da paixão
Fonte:
Flor De Maracujá
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A FLOR DO MARACUJÁ
Pelas rosas, pelos lírios,
Pelas abelhas, sinhá,
Pelas notas mais chorosas
Do canto do sabiá,
Pelo cálice de angústias
Da flor do maracujá!
Pelo jasmim, pelo goivo,
Pelo agreste manacá,
Pelas gotas de sereno
Nas folhas do gravatá,
Pela coroa de espinhos
Da flor do maracujá!
Pelas tranças de mãe-d’água
Que junto da fonte está,
Pelos colibris que brincam
Nas alvas plumas do ubá,
Pelos cravos desenhados
Na flor do maracujá!
Pelas azuis borboletas
Que descem do Panamá,
Pelos tesouros ocultos
Nas minas do Sincorá,
Pelas chagas roxeadas
Da flor do maracujá!
Pelo mar, pelo deserto,
Pelas montanhas, sinhá!
Pelas florestas imensas,
Que falam de Jeová!
Pela lança ensangüentada
Da flor do maracujá!
Por tudo o que o céu revela,
Por tudo o que a terra dá
Eu te juro que minh’alma
De tua alma escrava está!…
Guarda contigo este emblema
Da flor do maracujá!
Não se enojem teus ouvidos
De tantas rimas em – á -
Mas ouve meus juramentos,
Meus cantos, ouve, sinhá!
Te peço pelos mistérios
Da flor do maracujá!
Fagundes Varela
Luís Nicolau Fagundes Varella, (RJ 1841 – RJ 1871) poeta e
um dos patronos na Academia Brasileira de Letras.
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