11/03/2012

Por que eu me cobro tanto?



por Eneas Guerriero -

Sociedade, família, religião, amigos e até os ricos e famosos, todos ajudam a incutir dentro de nós valores que muitas vezes nos são inatingíveis e, pior, que vão contra o nosso verdadeiro ser. O mundo, e nós próprios incluídos aí, é perito em criar crenças para formar nosso caráter e maneira de pensar e agir. Ao invés de vivermos nossa vida, passamos a nos cobrar do por quê não conseguimos levar a vida dos outros, com base em certas crenças comuns. Podem ser pequenas frases que nos foram faladas repetidamente durante a infância, como, por exemplo: "Seria bom você se esforçar mais para ser o melhor da classe" ou até "Para ser bem sucedido na vida, você tem que trabalhar mais e não brincar tanto" ou: "Não se entusiasme tanto e seja mais sério"!
Não importa a ótima intenção embutida em tais frases, o problema é que elas nos norteiam a cobrarmo-nos de maneira negativa e nos dão a idéia sutil de que a vida tem que ser levada a sério, na marra, e não na leveza do ser, na brincadeira. E o resultado é invariavelmente contraproducente.

Terminamos criando em nós vibrações negativas em relação à nossa vida, com a sensação sempre de que algo nos falta, de que precisamos conseguir mais coisas e de que precisamos nos realizar mais. Isso cria um vazio em nosso ser e começamos a pensar que não somos bons o bastante e de que sempre está faltando algo para chegarmos lá. Podemos deduzir, então, que se vibrarmos dessa maneira, nossa vida vira um inferno. Ora, se a matéria é energia condensada e nossa energia se volta para o sentimento de escassez e imperfeição, podemos deduzir que criaremos em nós não só uma angústia, como também um possível problema físico. Receita perfeita para ficarmos doentes.

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O analfabetismo emocional

por Andre Lima
Até mais ou menos o ano de 2006, eu era um analfabeto emocional. Diferente do analfabetismo comum onde a pessoa tem consciência de que não sabe escrever, o analfabeto emocional não tem a percepção da sua falta de conhecimento.

O que é então ser um analfabeto emocional? É desconhecer coisas básicas sobre o que são as emoções, como elas funcionam, como influenciam a nossa vida em todas as áreas. O que aprendemos durante a nossa formação escolar diz respeito de forma geral ao intelecto. Aprendemos e desenvolvemos o raciocínio lógico, a memória, a capacidade de aprender conceitos sobre coisas do mundo. O analfabeto emocional investe apenas no aumento da sua capacidade intelectual pois pensa que isso é o mais importante.

Esse aprendizado é útil, entretanto, fica faltando algo vital, que entendo como mais importante e que irá influenciar nossa vida de uma forma mais profunda. Formamos seres humanos dotados de uma grande capacidade intelectual mas que não conseguem criar uma vida feliz, em paz, próspera e saudável.

Tive uma boa educação e sempre fui considerado uma pessoa inteligente. Entretanto, minha vida profissional se tornou um caos, e a ansiedade me consumia. Se eu era tão inteligente isso não era para acontecer. A maioria pensa que a única coisa que podemos fazer para ajudar um ser humano a ser feliz e bem sucedido na vida é dar uma boa educação formal e uma boa educação caseira. A educação que temos em casa é fortemente contaminada pela negatividade dos nossos pais, que eles acabam nos passando de forma inconsciente.

São essas as ferramentas que damos às crianças até que completem sua formação. A partir daí, temos a ilusão de que a pessoa tem toda a base que interessa e assim ela terá condições seguir na vida de forma satisfatória. Se ela não consegue o resultado esperado não compreendemos a razão.

Apesar de ter tido uma boa educação, eu desconhecia sobre os aspectos emocionais, e o quanto essa área em desequilíbrio sabotava a minha vida. Talvezeu tivesse uma leve noção sobre essa influência, mas eu pensava que ela era mínima. Eu achava que se eu estudasse mais e tomasse as atitudes que me parecessem mais lógicas, eu encontraria as soluções. Só que as minhas ações e escolhas eram totalmente influenciadas pelo estado emocional, inconscientemente, e eu não tinha a menor idéia disso. A escolha da profissão, dos relacionamentos e as atitudes tomadas no dia a dia eram mais reflexo do meu estado emocional interior do que da minha inteligência.

A forma como eu lidava com a vida, de uma forma sutil e inconsciente, levava a mais e mais resultados negativos. Eu não percebia os erros que eu cometia. Tudo o que eu sabia é que as coisas davam errado e mais sofrimento surgia. E as razões por trás de tudo isso? Eu nem sabia que haviam razões. Parecia acaso, má sorte, qualquer coisa, só não parecia que tinha uma explicação tão óbvia como eu consigo enxergar hoje.

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