por Eneas Guerriero
Ao menor sinal de perigo, criamos imediatamente um mecanismo de
defesa. A mensagem corre até o cérebro, as supra-renais secretam a adrenalina e
nossa reação é querer lutar ou fugir. Está instaurado o trauma.
Interessante notar que nosso eu (corpo/mente) não distingue um
trauma grande de um pequeno e o que para um pode ser um evento altamente
traumático é irrelevante para outro.
O que se pode considerar um trauma? Pode ser um assalto à mão
armada ou sofrer um roubo sem notar. Pode ser um estupro ou ter tido o bicho de
pelúcia destruído por outro amiguinho na infância. Pode ser um erro cometido no
trabalho ou a perda de alguém querido.
Não importa o quanto possamos julgar o peso e seriedade de cada
caso, todos podem causar efeitos devastadores em nossas vidas. E esse impacto
depende da interpretação que possamos dar ao que estamos sofrendo. Problemas e
as fortes emoções relacionadas a eles são partes da vida de cada um de nós. Não
dá para escapar deles.
As memórias traumáticas ficam presas em nossa memória. Uma vez que
podemos considerar que a memória não está apenas no cérebro, mas também em cada
célula do corpo, temos então todo o nosso corpo traumatizado. Uma explicação do
porquê sofrermos, emocional ou fisicamente, depois de um trauma. Ao mínimo
sinal de perigo, de que podemos perder nossas vidas (pelo menos interpretamos
desse modo), imediatamente nos fechamos e tensionamos nosso ser.
Quando vemos o perigo, nos congelamos. Existe nesse momento uma
forte reação energética (podemos chamá-las de mudanças neuropsicológicas) que
não será dissolvida a não ser que usemos algum método de descarga energética,
como praticada através da psicologia energética, por exemplo.
Todo animal passa por traumas semelhantes, quando tem que sair de
sua toca segura, atrás de alimento, e então outro animal predador o ataca. Se
ele consegue fugir e voltar ao seu lugar seguro, ele também consegue dissolver
esse trauma através de tremores convulsivos no corpo físico. No entanto, nós,
como seres humanos, não temos mais um lugar onde possamos dizer que é seguro,
que seria a nossa toca (ou "lar"). A vida moderna nos pressiona e nos
ataca de todos os lados, e quando voltamos para casa para descarregar nossa
adrenalina, ainda somos atacados pelos fantasmas da ansiedade, como por exemplo,
como pagar a conta do final do mês, como resolver o problema do filho ou como
se dar bem com o cônjuge. A sociedade moderna exige que sejamos duros e heróis
e pede que mantenhamos uma couraça de força. Isso faz com que percamos o
instinto natural de soltar a tensão, o que acarreta consequências demais
nocivas.
É muito provável que todos nós estejamos carregando traumas
escondidos por detrás dessa couraça, que podem estar causando grande sofrimento
emocional ou bloqueios enquanto não forem solucionados.
Qualquer evento em nosso dia-a-dia, por mais corriqueiro que seja,
pode reativar a memória dessa experiência passada e imediatamente criar em
nosso organismo uma resposta emocional de defesa. Isso acarreta atitudes e
escolhas na vida que geralmente são destrutivas, bloqueadoras e disfuncionais.
Existe algum processo que possa ajudar o corpo a se liberar desses
traumas? Diferentemente da psicologia tradicional, a psicologia energética traz
a ideia de que existe uma etapa a mais entre a memória e a emoção. Podemos
exemplificar isso no quadro:
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